Andava procurando umas coisas e dei com um conjunto de fotos das quais já não me lembrava; foi em 2014, segundo o registo do meu arquivo, que testei uma carabina Savage no “micro” calibre .17 Hornet, de fogo central.
Texto e fotos: Pedro Vitorino
O teste terá sido para uma das edições da publicação Armas & Tiro, um “extra” que editámos na Editorial Grupo V durante alguns anos, de 2012 a 2016, salvo erro. Recordo-me bem da precisão de tiro e suavidade do pequeno .17 Hornet e de pensar; que pena não termos caça “varmint” no nosso país…
Tive oportunidade nas minhas várias caçadas no Reino Unido de utilizar o .17 Remington Fireball para caçar corvos, raposas e coelhos (que são praga naquelas paragens) e ficar de “boca aberta” com os resultados deste pequeno calibre “.17” que faz mais de 1.000 m/s com projéteis de 30 grains e 1.230 m/s (!) com projéteis de 20 grains do tipo “spitzer” com ponta plástica. Coitados dos bicharocos… literalmente explodiam! Perdoem-me os mais sensíveis…
O 17 Hornet
O .17 Hornet nasceu como um “wildcat”, como muitos calibres criados nos E.U.A., sendo o seu mentor Parker Otto Ackely, armeiro fabricantes de armas (e de canos, com grande reputação) e ainda colaborador assíduo da revista Guns & Ammo. Se procurarem, vão ver que além de vários “wilcats” este senhor foi ainda o criador dos calibres Ackley Improved Cartridges (inclusive um .22 Hornet melhorado!).
Foi nos anos 1950’s que o senhor Ackley resolveu pegar no invólucro do .22 Hornet e apertá-lo para receber um projétil de .17” (aprox. 4,5 mm) e assim cilindrar em prestações o “velho”calibre Hornet original. O resultado foi uma munição suave de disparar, de prestações balísticas muito interessantes e bastante eficaz na caça “varmint”, que nos E.U.A. tem verdadeiros aficionados.
Apenas 60 anos mais tarde um dos grandes fabricantes resolveu pegar na ideia original do senhor Ackley (pegar no cartucho .22 Hornet) e torná-lo comercial; foi o que fez a Hornady e, desta vez, com projéteis modernos como o V-Max, uma bala “spitzer” com ponta de plástico com 20 grains, ou seja, 1,3 gramas!
Na verdade o invólucro do .17 Hornet não é bem igual ao “original” .22 Hornet, apresentando um comprimento inferior, mas a ideia base é a mesma do “wildcat” e as armas para o disparar usam as mesmas ações. No que diz respeito às prestações balísticas, o .17 Hornet, com o projétil V-Max de 20 grains, tem uma trajetória muito semelhante ao .223 Remington com um recuo idêntico ao desenvolvido pelo .22 WMR de percussão anelar. Comparativamente ao .17 Remington Fireball, as munições do pequeno Hornet são mais económicas e a menor pressão garante uma maior vida aos canos.
A Savage .17 Hornet
A marca norte-americana tem uma série de carabinas vocacionada para a caça “varmint”, onde os pequenos cães-da-pradaria é que pagam as “favas” dos viciados dos tiros “long range”. A verdade é que estes pequenos mamíferos são uma praga em muitos locais e os seus buracos são um perigo para o gado, que partem as patas com facilidade nesses terrenos infestados desses “varmint”.
A série 25 Walking Varminter da Savage faz uso de uma ação e ferrolho específicos para os calibres .17 e .22 Hornet, e .223 Remington. A alimentação da câmara faz-se através de um carregador amovível, de alojamento monofilar, fabricado em material sintético. O modelo que testei tinha o conjunto coronha/fuste também em polímero. A alimentação foi sempre muito certinha, com o ferrolho a deslizar suavemente. Aliás, tudo era suave nesta carabina, com um excelente gatilho a proporcionar disparos certeiros.
Um regalo disparar com o .17 Hornet e a Savage, e com uma boa mira teria feito bem melhor, mesmo assim dois impactos ficaram colados!