É notório que a Aimpoint procurou evoluir o ponto-vermelho Acro no sentido de o tornar mais versátil e
utilizável pelos caçadores. O Acro C-2 torna-se agora mais uma solução de ponto-vermelho para montar
em todo o tipo de armas, longas e curtas (para as quais foi originalmente concebido).
Embora a marca sueca tenha modelos específicos para espingardas (o Micro S-1), para carabinas
compactas (o Micro H-2) ou para express (a série Hunter, por exemplo), sem esquecer a versatilidade
série 9000, o novo Acro C-2 está apto a todo o tipo de armas e vem satisfazer os que procuram um
ponto-vermelho mais compacto e apto a utilizar em meios em que o equipamento está mais sujeito a
impactos, com a vegetação, por exemplo. Para isso já estão disponíveis diferentes soluções de
montagem.
Evolução
Originalmente o ponto-vermelho Acro (na sua primeira versão, C-1) foi idealizado para o uso em armas
curtas de grosso calibre; pistolas de combate, de defesa e até mesmo desportivas (na modalidade de
Tiro Prático – IPSC). No entanto, em pouco tempo outros utilizadores ficaram cativados pela elevada
resistência deste compacto ponto-vermelho, como foi o caso dos batedores que caçam com cão
acompanhados de arma de fogo nas batidas de caça maior na maioria dos países da Europa Central e do
Norte. Aí as batidas de caça maior têm um figurino diferente; cada batedor faz-se acompanhar pelo seu
cão (no máximo de dois) e percorrem o terreno com o objetivo de encontrar e fazer levantar a javalis e
cervídeos. No entanto, estes batedores são também eles caçadores e cumprindo rigorosas regras de
segurança levam arma de foto (carabina) para que possam acudir a uma situação de confronto do seu
cão com um javali ou para o remate de uma rês ferida. As carabinas de cano curto equipadas com
aparelhos de ponto-vermelho são o conjunto preferido pelos batedores, que também dão especial
importância à resistência do equipamento, como é natural, sempre em contacto com ramos, árvores e
muito sujeito a quedas. Um ponto-vermelho (pois os disparos são sempre a curta distância) são quase
que a escolha obrigatória e os da marca Aimpoint sem dúvida preferidos, pela sua reconhecida
fiabilidade e indestrutibilidade. Mas voltamos ao Acro!
O Acro C-1 tendo sido idealizado para um tipo de utilização diferente da caça tinha algumas
características que podiam ser melhoradas de modo a se tornar ainda mais atrativo para os caçadores. A
primeira relacionada com a duração da bateria, com capacidade para 15.000 horas de utilização
contínua no C-1. Não que precisemos de mais para um ponto-vermelho de caça, mas não nos podemos
esquecer de que os ponto-vermelho Aimpoint das séries 9000, Hunter e Micro (o mais pequeno)
aguentam 50.000 horas (cinco anos!) com uma única bateria. Outro ponto onde o Acro C-1 perdia para o
Micro esta na facilidade de acesso à bateria. Pois bem, os técnicos da Aimpoint meteram mãos à obra e
apresentaram o Acro C-2.
O novo Acro C-2
O Acro C-2 continua com a configuração inicial – ponto-vermelho “reflex fechado” –, reduzidas
dimensões e peso (apenas 60 gramas!), embora com uma nova “caixa” que permitiu uma colocação
mais intuitiva dos botões que comanda a intensidade de iluminação do ponto, que continua com um
ponto-vermelho de 3.5 MOA. Mesmo sabendo que existe uma apetência generalizada do público-alvo
(caçadores) para aparelhos com ponto de 2 MOA, segundo os técnicos da Aimpoint um ponto-vermelho
maior permite uma mais rápida aquisição do alvo e maior eficácia no disparo. Além disso, o animal de
menor porte que se caça em batida é o corço e mesmo assim a 150 metros a zona vital desta espécie
(com cerca de 20 cm de diâmetro) não fica totalmente “tapada” pelo ponto-vermelho de 3.5 MOA, pelo
que temos sempre margem para um disparo preciso a média distância. Quanto à capacidade de
alimentação, o novo C-2 pode agora ficar ligado 5 anos (50.000 horas!) até que seja necessário proceder
à substituição da pequena pilha CR2032. O ponto-vermelho tem 10 níveis distintos de intensidade, 8
para utilização diurna e 2 compatíveis com sistemas de visão noturna (NV). O controlo é feito por dois
botões colocados no lado esquerdo do aparelho. Nota ainda para um detalhe; o Acro C-2 pode integrar
umas práticas e eficazes tampas de proteção das lentes.
O sistema de afinação é feito nos pequenos afinadores perfeitamente embutidos no aparelho e que
permite “sentir” e ouvir os cliques, tornando o processo simples e rápido. Para a regulação da
intensidade do ponto-vermelho contamos com dois botões laterais que permitem escolher entre 8
níveis para uso diurno e dois para utilização com equipamento de visão noturna (NV). O Acro C-2 está
disponível com tampas rebatíveis integradas que protegem as lentes e facilmente se levantam nos
instantes prévios à utilização do equipamento.
Quanto à fiabilidade e eficácia de utilização, pouco há a acrescentar, trata-se de um ponto-vermelho
Aimpoint, totalmente estanque, submersível a 5 metros de profundidade e a primeira escolha das
equipas de operações especiais de forças militares e de defesa em todo o mundo.
Na carreira de tiro
Com o Acro C-2 montado na Jaeger NXT que nos foi atribuída, arrancamos para a primeira parte do
programa; os primeiros disparos num complexo de tiro com vários desafios. Depois de equipados com
os novos protetores auditivos eletrónicos 3M Peltor LEP-200 e abastecidos de munições Norma.
Verificada a boa afinação do conjunto, com uma série de três disparos de precisão a 50 metros,
confirmando não só a precisão de tiro da nova Haenel Jaeger NXT como da validade do ponto-vermelho
de 3.5 MOA do novo Aimpoint Acro C-2.
É habitual a Aimpoint transformar estes eventos numa oportunidade de formação para os presentes,
contando para isso com formadores de tiro com grande experiência, sejam caçadores profissionais ou
ex-operacionais das forças militares. Assim, tivemos ao nosso dispor uma estação de tiro para aplicar
diferentes técnicas de aquisição do alvo e pontaria, sempre com alvos estáticos. Algo que facilmente
podemos fazer em Portugal (nas poucas carreiras de tiro disponíveis) e que rapidamente fará aumentar
o nível de tiro de qualquer um.
Com munições “sem limite”, facilmente cada um de nós ultrapassou em pouco mais de uma hora os
cem disparos, a alvos fixos e balões (que se moviam com o vento). A elevada cadência de tiro serviu
também para nos adaptarmos ao mecanismo de culatra da Jaeger NXT, que por ser diferente das outras
soluções da concorrência nos obrigou a uma gradual adaptação.
Dominado o processo de aquisição do alvo e disparo, passamos para o próximo desafio: as sessões de
tiro ao “javali em corrida”. Aqui juntamos ao treino a diversão! Que pena não termos este tipo de
equipamento no nosso país…
Ao javali que percorre os 20 metros do percurso em cerca de cinco segundos tivemos várias sessões de
tiro, a diferentes distâncias, desde os 25 aos 75 metros. O objetivo era sempre o mesmo, colocar os
disparos na “kill zone” (zona letal) de um porco de tamanho médio. Primeiro em várias passagens a um
tiro, depois a dois e, finalmente, tentando colocar três disparos consecutivos na “kill zone” do bicho em
corrida. À minha conta foram um par de caixas de 50 munições Norma Jaktmatch e mais umas quantas
de Norma Silencer…
Principais características técnicas
Tipo: ponto-vermelho, livre de paralaxe
Aumentos: 1x
Tamanho do ponto-vermelho: 3.5 MOA
Distância ocular: ilimitada
Dimensões (comp. x larg. x alt.): 47 x 33 x 31 mm
Peso: 60 gramas
PVP: 605,00 euros (montagem não incluída)
Distribuidor: BRG, Lda. Tel.: 210 115 740.
www.brgpt.com
Por Pedro Vitorino